Em quase seis meses de CPI, os senadores interrogaram 59 pessoas. As mais de mil páginas do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) devem trazer o "Raio X" dos comportamentos e atitudes do presidente Jair Bolsonaro e de três de seus filhos, de ministros e ex-ministros durante a pandemia, além de vários outros investigados.
O documento deve apontar 11 crimes que teriam sido cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro:
1 - Epidemia com resultado de morte;
2 - Infração de medida sanitária preventiva;
3 - Charlatanismo;
4 - Incitação ao crime;
5 - Falsificação de documento particular;
6 - Emprego irregular de verbas públicas;
7 - Prevaricação;
8 - Genocídio de indígenas;
9 - Crime contra a humanidade;
10 - Crime de responsabilidade - por violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo;
11 - Homicídio comissivo por omissão no enfrentamento da pandemia.
O relatório também deve pedir os seguintes indiciamentos:
• senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ): advocacia administrativa; incitação ao crime; improbidade administrativa;
• deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP): incitação ao crime;
• vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ): incitação ao crime;
• Três ministros do governo Bolsonaro: Marcelo Queiroga (Saúde), Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral) e Wagner Rosário (Controladoria Geral da União);
• Dois ex-ministros: Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
O relatório será lido na próxima terça-feira (19), e a previsão é de que a votação seja na quarta (20).
Se aprovado pela maioria dos senadores da CPI, o relatório será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá a tarefa de conduzir as investigações sobre os indiciados com foro privilegiado, como o presidente Bolsonaro, ministros e parlamentares federais.
O relatório ainda será encaminhado para a primeira instância do Ministério Público Federal dos estados, que terão a tarefa de levar à frente as apurações que envolvem outros indiciados.
Cópias das investigações serão encaminhadas também para Polícia Federal e Receita Federal, além do Tribunal Penal Internacional, por causa das acusações de genocídio de indígenas e crimes contra a humanidade.
Por Jornal Hoje
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