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Em reunião golpista, Bolsonaro admitiu que temia 'descer da rampa preso por atos antidemocráticos'

Em reunião golpista, Bolsonaro admitiu que temia 'descer da rampa preso por atos antidemocráticos'

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse a ministros e membros militares do seu governo que temia ser preso por atos antidemocráticos. A afirmação do ex-mandatário foi gravada em vídeo na reunião ministerial de cunho golpista realizada em 5 de julho de 2022. "Eu não tenho dúvida do que está acontecendo. Não tenho prova de muita coisa, mas não tenho dúvida. (...) Eu tenho que me virar acreditando que vai dar tudo certo ano que vem? Eu vou descer daqui da rampa preso por atos antidemocráticos”, disse Bolsonaro na ocasião.

Nesta sexta-feira (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes levantou o sigilo da íntegra do vídeo da reunião protagonizada por Jair Bolsonaro e seus ministros. O vídeo tornou-se um dos elementos centrais da investigação sobre a intentona golpista do dia 8 de janeiro do ano passado. Na quinta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis, que teve como alvos ex-ministros, assessores e militares do governo Bolsonaro, além do próprio ex-mandatário.

Na decisão que autorizou a operação, Moraes destacou que a reunião "revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte no sentido de validar e amplificar a massiva desinformação e as narrativas fraudulentas sobre as eleições e a Justiça eleitoral".

A investigação aponta que o grupo buscava descredibilizar o sistema eleitoral enquanto tentava obter apoio militar para impedir a posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mensagens apreendidas pela PF revelam que, mesmo sem êxito em encontrar provas de fraudes no sistema eleitoral, o grupo persistia na disseminação de desinformação e fake news.



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