O deputado federal bolsonarista Cabo Gilberto publicou, na tarde desta sexta-feira (01), um vídeo que mostra uma mulher fala sobre a prisão de uma vítima de um assalto (seu marido) e a soltura de dois supostos ladrões pela polícia. Nas redes sociais, o post do deputado sugerem que as imagens são recentes e associam o caso a políticos de esquerda, que não governava naquele momento, já que o vídeo é de dezembro 2018.
O conteúdo que já passa de 100 mil visualizações no Instagram nesta sexta-feira diz. “Que país é esse?. Vão continuar votando na esquerda?. Em 2026 vamos varrer a esquerda, será um bom começo para mudar o Brasil”, diz a mensagem inserida no vídeo.
Na gravação, uma mulher conta que dois homens assaltaram sua casa duas vezes e que seu marido conseguiu detê-los e “bateu neles”. Depois, ela afirma que, na delegacia, a polícia liberou os ladrões e prendeu seu marido por suspeita de “tortura”.
Nas imagens, a marca de um canal chamado Massa News e a legenda “Mulher denuncia prisão de vítima e liberdade a bandidos”. Em uma pesquisa por estes termos, a Reuters Fact Check localizou uma postagem com o mesmo título publicada na página Tribuna da Massa no Facebook em 6 de dezembro de 2018.
O Tribuna da Massa é um programa de TV da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná.
A reportagem não está mais disponível no site da emissora, mas o mesmo vídeo com o depoimento da mulher foi compartilhado em canais no YouTube e páginas no Facebook na mesma época.
Outros veículos de imprensa também abordaram o episódio, como o programa Balanço Geral, da RIC TV, afiliada da Record no Paraná. Na reportagem, a mulher que aparece nos posts checados faz um relato semelhante do caso, que aconteceu em Curitiba. Confira abaixo:
Em nota veiculada no Balanço Geral, a Polícia Civil do Paraná informou que “os indivíduos não permaneceram presos pois não havia qualquer prova em relação à autoria dos fatos” e que o homem foi preso em flagrante por suspeita de “torturar a dupla conduzida à delegacia”.
Na época do episódio, Michel Temer era o presidente do país, e Jair Bolsonaro havia sido eleito no pleito daquele ano. O caso, porém, não tem qualquer relação com o governo federal – as polícias Civil e Militar são subordinadas aos Estados.
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