O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou a ministros do governo que pretende entrar em contato direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar reduzir a tensão provocada pela votação relâmpago que resultou na revogação de um decreto do Executivo. A medida, aprovada na Câmara nesta semana, anula o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e deve representar uma perda de cerca de R$ 10 bilhões na arrecadação federal, segundo estimativas do Ministério da Fazenda.
De acordo com informações do jornal O Globo, interlocutores do Palácio do Planalto relataram que Motta sinalizou disposição para "baixar a temperatura" da crise e demonstrou interesse em retomar o diálogo com o governo. Embora não tenha informado quando fará a ligação para Lula, o gesto foi interpretado como tentativa de reaproximação. Nos bastidores, parlamentares que acompanham de perto as articulações revelam que Motta tem expressado insatisfação com a condução política da articulação do Executivo, mas nega qualquer intenção de rompimento com o governo.
A crise se agravou após a decisão de Motta de pautar e colocar em votação o projeto que derrubou o decreto do IOF sem aviso prévio ao Planalto. O anúncio foi feito por ele durante a noite, por meio das redes sociais, surpreendendo o governo e dificultando qualquer reação para adiar ou barrar a votação. A expectativa da equipe de Lula era de que o texto fosse discutido apenas após o recesso parlamentar.
Enquanto a articulação política tenta lidar com o desgaste, o presidente Lula cumpre agenda entre Brasília e São Paulo. Na manhã desta quinta-feira (26), ele esteve no Palácio do Planalto, e à tarde viajou à capital paulista, onde participa do lançamento de um novo programa habitacional na Favela do Moinho.
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