O Grupo Prerrogativas vai sugerir ao Partido dos Trabalhadores (PT) que apresente, na Câmara dos Deputados, um pedido de investigação sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, durante o governo de Donald Trump.
A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e repercutida pelo coletivo, formado por juristas, advogados e acadêmicos com histórico de enfrentamento ao bolsonarismo. Integrantes do Prerrogativas apontam o deputado, licenciado do mandato desde março, como possível elo entre a extrema direita brasileira e a medida que afetou diretamente a indústria nacional.
Eduardo Bolsonaro se afastou do cargo para atuar, dos Estados Unidos, em articulações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e contra o governo Lula. Para o Prerrogativas, no entanto, é necessário esclarecer se houve influência ou colaboração do parlamentar na decisão de Trump que impactou negativamente a economia do Brasil.
“É fundamental que as instituições brasileiras reajam e investiguem as circunstâncias da atuação de Eduardo Bolsonaro que possam ter contribuído para esse desfecho”, afirmou o coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho. Ele informou que os advogados do coletivo irão buscar o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), para discutir os instrumentos legislativos cabíveis.
Marco Aurélio classificou a situação como um movimento de “sabotagem clara” de Jair Bolsonaro e de aliados, prejudicando a indústria nacional e desmentindo discursos do campo bolsonarista. “Isso compromete pilares do lema deles, ‘Deus, Pátria e Liberdade’, porque coloca em xeque os interesses do país”, destacou.
Ainda segundo o advogado, a medida pode ter causado prejuízos inclusive ao próprio bolsonarismo. “Ao tentar influenciar as eleições no Brasil com um tiro na indústria nacional, Trump acaba dando um tiro no próprio pé e no coração do bolsonarismo, que sempre usou o nacionalismo como bandeira. Deixou os patriotas num beco sem saída”, disse.
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