Foto: Ricardo Stuckert/PR |
O presidente Lula discursou no começo da tarde desta quarta-feira (1) na sessão solene no Supremo Tribunal Federal (STF) que marcou a abertura do Ano Judiciário de 2023 e elogiou a Suprema Corte.
Sem citar diretamente Jair Bolsonaro (PL), Lula afirmou que o Brasil observou nos últimos anos "o mais duro teste da democracia" e disse que o Supremo tomou "decisões absolutamente corajosas para enfrentar e deter o retrocesso, o negacionismo e a violência política”.
"Essa Corte atuou durante a pandemia para tirar da inação um governo que se recusava a atender as necessidades básicas da população, atuou para enfrentar a indústria de mentiras no submundo das redes sociais e para coibir os mais notórios propagadores do ódio político. Atuou por meio de seus representantes na Justiça Eleitoral para garantir nosso avançado processo eletrônico de votação e a própria realização das eleições no último ano. Esta Corte atuou e continua atuando para identificar e responsabilizar por seus crimes aqueles que atentaram de maneira selvagem contra a vontade das urnas. A história há de registrar e reconhecer esta página heróica do Judiciário brasileiro”", declarou o presidente.
Lula também condenou os ataques terroristas promovidos por bolsonaristas no dia 8 de janeiro. O prédio do Supremo foi o mais atacado. "Me senti profundamente indignado ao visitar esta Casa, ao lado de governadores de todo o Brasil, logo na noite seguinte aos ataques terroristas. Sei que levarei essa indignação para o resto da minha vida. E sei que ela me fez redobrar a disposição de defender a democracia, conquistada a duras penas pelo povo brasileiro".
Por fim, o presidente assegurou que a relação se seu governo com o STF será pacífica e destacou que os verdadeiros inimigos do Brasil são as desigualdades. "Tenham a certeza de que, assim como em meus dois mandatos anteriores, a relação entre o Executivo Federal, a Suprema Corte e o Poder Judiciário como um todo terá como alicerce o respeito institucional. O povo brasileiro não quer conflitos entre as instituições. Não quer agressões, intimidações nem o silêncio dos poderes constituídos. O povo brasileiro quer e precisa, isso sim, de muito trabalho, dedicação e esforços dos Três Poderes no sentido de reconstruir o Brasil. Nossos reais inimigos são outros: a fome, a desigualdade, a falta de oportunidades, o extremismo e a violência política, a destruição ambiental e a crise climática. Tenho a certeza de que juntos vamos enfrentá-los. E de que juntos poderemos superá-los".
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