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Foto: Ricardo Stuckert / PR |
Ao discursar nesta terça-feira, 13 de maio, na sessão de abertura do IV Fórum da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizado em Pequim, na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância da integração da China com os países sul-americanos e caribenhos para o desenvolvimento da região. “Isso fica evidente sobretudo na área de infraestrutura. O apoio chinês é decisivo para tirar do papel rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão. Mas a viabilidade econômica desses projetos depende da capacidade de coordenação de nossos países para conferir a essas iniciativas escala regional”, destacou o presidente brasileiro.
“O Fórum CELAC-China comemora seu décimo aniversário este ano. Ao longo dessa década, os laços entre a América Latina e o Caribe e a China se fortaleceram. A China já é o segundo maior parceiro comercial da CELAC e um dos mais importantes investidores diretos na região. Recursos oriundos de instituições financeiras chinesas superam créditos oferecidos pelo Banco Mundial ou pelo BID. A parceria com a China é um elemento dinâmico para a economia regional”, frisou Lula.
PAPEL NA PANDEMIA – Lula lembrou ainda o papel que a China teve no crescimento da América do Sul e do Caribe, além da importante participação do país no desenvolvimento de vacinas e insumos durante a pandemia do Covid-19. Para ele, reforçar a articulação entre todos esses atores permitirá a todos aproveitar na plenitude o potencial dessa relação. “A demanda chinesa foi um dos propulsores do crescimento que experimentamos no início do século. Obtivemos avanços expressivos na redução da pobreza e da desigualdade. Foi nesse momento que finalmente olhamos para nosso entorno e nos unimos para criar a UNASUL e a CELAC. Só com maior articulação entre nós conseguiremos aproveitar ao máximo o potencial de cooperação sino-latino-americana e caribenha”, afirmou Lula.
FORTALECIMENTO DA INDÚSTRIA — O líder do Brasil também ressaltou que a relação entre a CELAC e a China deve resultar em um fortalecimento das indústrias nos países sul-americanos e caribenhos, inclusive no campo da Inteligência Artificial. “Para construir um futuro compartilhado, é necessário reduzir as assimetrias entre os países. É imprescindível que a colaboração entre a CELAC e a China contribua para fortalecer a indústria e a inovação na região. A revolução digital não pode criar um novo abismo tecnológico entre as nações. O desenvolvimento da Inteligência Artificial não deve ser um privilégio de poucos”, disse.
PRINCIPAL PARCEIRO COMERCIAL — Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil e chegou, em 2023, ao recorde de US$ 157,5 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 104,3 bilhões, importações de US$ 53,1 bilhões e superávit para o Brasil de US$ 51,14 bilhões. As exportações brasileiras para a China foram superiores à soma das vendas do país para os Estados Unidos (US$ 36,9 bilhões) e para a União Europeia (US$ 46,3 bilhões). Além do Brasil, a China destaca-se por ser o principal parceiro comercial de grande parte dos países da América Latina e do Caribe e, cada vez mais, um importante investidor, especialmente em infraestrutura. A robusta agenda de cooperação do Fórum CELAC-China não se limita a temas econômico-comerciais e inclui cooperação em assuntos como educação, inovação, transição energética, clima, inteligência artificial, combate aos crimes internacionais, desastres naturais e segurança alimentar.
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